quinta-feira, 8 de abril de 2010

domingo, 4 de abril de 2010

oficina de cinema

inicio dia 06 de Abril
duração 15 dias
local casa de cultura

nós no TEIA 2010



Relatório- Teia 2010,Fortaleza-CE por Josivan Alves -Ponto de cultura Companhia das artes,Parelhas,RN

“SE APROCHEGUE MINHA GENTE,QUE O MUÍDO VAI COMEÇAR”,assim se ouviu um grito que ecoou aos quatro cantos do grandioso Dragão do mar.
Passos firmes,correria pra chegar mais perto da mostra artística na praça verde,foi lá que as flores mulatas vi brotar,vindo então a perceber da imensidão que veria ser o Teia 2010.
Aquela mesma praça onde se regou a comunhão,a alegria de se está presente,lá onde todos puderam ser coroados,onde o maracatu venerou suas rainhas.
(...) Beira mar,beira mar,te canto(...),todos cantarolaram o Ceará junto ao cantor Fagner e foi o mar que nos presenteou a cada amanhecer o arrastão dos pescadores,tendo como pano de fundo as velas do Mucuripe citadas na canção.
Despertamos para um novo dia, a teia estava armada,a rede nos queria deitados e o mar soprava sua brisa quente,daí alguém que se disse poeta afirmou que a tal brisa quente é o hálito das virgens de mel,ninguém foi louco de contesta-lo,pois cultura é isso aí,cada qual vive da maneira que quer,podemos ser tudo.
Então salve Iracema de Alencar!
Ceará,um estado de graça,afinal estávamos em terras de artistas humoristas,de marabalistas,passistas,repentistas... do povão que entrou na historia por não rimar e sim por ser a obra mais importante do evento.
“SENHORAS E SENHORES,TENHAM PACIÊNCIA,TODOS IRÃO SER COMTEMPLADOS COM O MATERIAL”
“PACIÊNCIA É UMA VIRTUDE,QUERO TER”,retrucou um brincante de boi de reis á alguém da organização do Teia,eles foram batizados curiosamente de “os laranjas”,isso sim foi motivo de risos.
Foi no vai e vem dos delegados na passarela que se criou uma rotina,no sobe e desce nas escadarias,no doce giro das diversas rodas que a todo instante se formava para louvar a ciranda,capoeira,coco de roda e das muitas que vi girar.
Foi preciso está com todos os sentidos tinindo:
Olhos pra ver de perto e longe a banda passar,cantando coisas de amor ao som do pífano,dos tambores anunciadores do maracatu e suas majestades,ouvidos pra está atentos as informações dispersas de horários,locais e dos minutos contados,passados em piscar de olhos.
Ouvir os cânticos dos negros,lamentos,depoimentos de conquistas e dificuldades dos brancos,o grito dos índios os ao aplausos ofertados ao cancioneiro do estado do Pará,sempre animando os ônibus com seu carimbo.,
Ouvir por diversas vezes os reclames de um bocado de participantes sobre a salada servida no almoço e no jantar,apesar de ouvidos ou não a fome de cultura prevalecia e no final tudo se transforma em uma grande festa,todos no caldeirão chamado Brasil,essa foi a verdadeira receita nos servida.
Se precisou ter boca para comer a tal salada,para falar,brigar,dizer palavras bonitas,outras nem tanto assim,declamar poesias e acima de tudo perguntar gritando:
-SEBRAE OU HOTEIS?,DRAGÃO OU HOTEIS?,HOTEIS OU LUAL?
É,foi preciso ter mãos e braços de ferro para segurar e se segurar,carregar bolsas e peso da responsabilidade de levar em papais conteúdos preciosos e disputadíssimos entre todos.
Foi preciso ter pernas pra caminhar em círculos pra encontrar o local de cada grupo temático,a informação certa era um alivio,caminhar foi preciso,daí entra novamente em cena “os laranjas” com suas antológicas respostas as nossas perguntas:
-NÃO SEI.
Só sei que meus olhos alem de enxergar as maravilhas de Fortaleza e do Teia,os mesmos delegaram as lagrimas a cair no meu rosto ao registrar na mente um dos momentos mais emocionantes de minha vida,pois estávamos na beira mar,numa avenida,éramos milhares,foram muitos cortejos em um só,um coração a pulsar forte,um instante,uma prece aos céus,da boca apenas um sorriso e um agradecimento:
-OBRIGADO SENHOR.
Senhor de todas as crenças,costumes,línguas,tribos...senhor da cultura.
Enfim,o teia foi um mar,uma imensidão,grão de areia a formar nossa praia,a brisa que sopra, o povo que se manifesta e fica.
Eu fiquei,me fiz de areia,aprendi a ciranda da vida,ela não pode se quebrar...ela continua.
Agora meus sentidos estão assim para vida:
Dando viva a cultura viva aclamada.
VIDA LONGA AS TEIAS!

FORTALEZA,31 DE MARÇO DE 2010